Desde 2010 que tudo me acontece...
Não me considero fatalista, mas estava a precisar de descanso.
Primeiro foi o cancro do meu pai, que ainda está entre nós felizmente, mas que o mudou completamente. Ele era um homem com controlo, hoje em dia é um homem nervoso, sempre com medo de morrer e deixar alguma coisa por terminar, não se pode dizer nada que o coração dele dispara e quase nem respira... parece que algo quebrou dentro dele...
A minha mãe anda uma pilha, sempre com medo que lhe dê um ataque de coração...
No dia dos meus anos, dia em que eu tiro sempre férias, e que em 2010 calhou num sábado foi-me marcado um teste na faculdade... E eu ao voltar para casa, com o chão molhado despistei-me e fui parar capotada numa ribanceira de cerca de 4 metros de altura.
Fiquei presa no carro com o braço por baixo do capot...
Demoraram 2 horas a tirar-me de lá.
clavícula deslocada e partida, o músculo do meu braço ficou com uma lesão grave em 2 sítios, praticamente separado num deles, o pulmão esquerdo (do mesmo lado do braço) colapsou.
Hoje, quase 7 meses depois, muita fisioterapia depois consigo pegar na Leonor a custo... Embora ela já saiba como trepar para cima de mim, de modo a utilizar o mínimo possível o ombro e o braço que ficou com pouca força.
Ela ficou com muito medo, enquanto estava no Hospital só me viu uma vez, porque eu tinha muito medo que ela apanhasse alguma doença lá e foi porque ela não acreditava que eu estava viva...
Foi muito complicado quando saí e não podia quase tocar-me por causa das dores que eu tinha... tinha de acordar muito cedo para ir para a escola com o pai e vir mais tarde porque tinha de ser o pai a ir buscá-la... eu não conseguia tratar dela...
Fala muitas vezes no acidente, quer que lho conte vezes e vezes sem conta, bombardeia-me com perguntas... E fala muitas vezes na morte, se eu ou o pai vamos morrer, como morrem as pessoas, se eu podia ter morrido no acidente...
Tem muitos pesadelos desde essa altura, mas agora está melhor mesmo assim...
Foi operada quinta-feira aos adenóides e pôs tubos nos ouvidos, correu tudo bem, fez um choro de 5 minutos quando acordou da anestesia, dormiu novamente e acordou bem disposta, fomos para casa.
Sábado tinha umas borbulhas estranhas, pensei que era alergia a qualquer coisa... varicela.
Liguei à Pediatra e quando vou ligar ao otorrino, falta 1 dígito no nº de telemóvel... só reparámos na altura! Tive de esperar por segunda-feira para ligar para a clínica e conseguir falar com ele.
Uma vez um pintor famoso disse: "Tenho azar com sorte!"
É o meu caso.
O meu pai está vivo, eu estou viva, a Leonor está viva!
Amanhã vou à consulta de pós operatório... quase uma semana depois do previsto! :D
E ela está linda!!!
Não me considero fatalista, mas estava a precisar de descanso.
Primeiro foi o cancro do meu pai, que ainda está entre nós felizmente, mas que o mudou completamente. Ele era um homem com controlo, hoje em dia é um homem nervoso, sempre com medo de morrer e deixar alguma coisa por terminar, não se pode dizer nada que o coração dele dispara e quase nem respira... parece que algo quebrou dentro dele...
A minha mãe anda uma pilha, sempre com medo que lhe dê um ataque de coração...
No dia dos meus anos, dia em que eu tiro sempre férias, e que em 2010 calhou num sábado foi-me marcado um teste na faculdade... E eu ao voltar para casa, com o chão molhado despistei-me e fui parar capotada numa ribanceira de cerca de 4 metros de altura.
Fiquei presa no carro com o braço por baixo do capot...
Demoraram 2 horas a tirar-me de lá.
clavícula deslocada e partida, o músculo do meu braço ficou com uma lesão grave em 2 sítios, praticamente separado num deles, o pulmão esquerdo (do mesmo lado do braço) colapsou.
Hoje, quase 7 meses depois, muita fisioterapia depois consigo pegar na Leonor a custo... Embora ela já saiba como trepar para cima de mim, de modo a utilizar o mínimo possível o ombro e o braço que ficou com pouca força.
Ela ficou com muito medo, enquanto estava no Hospital só me viu uma vez, porque eu tinha muito medo que ela apanhasse alguma doença lá e foi porque ela não acreditava que eu estava viva...
Foi muito complicado quando saí e não podia quase tocar-me por causa das dores que eu tinha... tinha de acordar muito cedo para ir para a escola com o pai e vir mais tarde porque tinha de ser o pai a ir buscá-la... eu não conseguia tratar dela...
Fala muitas vezes no acidente, quer que lho conte vezes e vezes sem conta, bombardeia-me com perguntas... E fala muitas vezes na morte, se eu ou o pai vamos morrer, como morrem as pessoas, se eu podia ter morrido no acidente...
Tem muitos pesadelos desde essa altura, mas agora está melhor mesmo assim...
Foi operada quinta-feira aos adenóides e pôs tubos nos ouvidos, correu tudo bem, fez um choro de 5 minutos quando acordou da anestesia, dormiu novamente e acordou bem disposta, fomos para casa.
Sábado tinha umas borbulhas estranhas, pensei que era alergia a qualquer coisa... varicela.
Liguei à Pediatra e quando vou ligar ao otorrino, falta 1 dígito no nº de telemóvel... só reparámos na altura! Tive de esperar por segunda-feira para ligar para a clínica e conseguir falar com ele.
Uma vez um pintor famoso disse: "Tenho azar com sorte!"
É o meu caso.
O meu pai está vivo, eu estou viva, a Leonor está viva!
Amanhã vou à consulta de pós operatório... quase uma semana depois do previsto! :D
E ela está linda!!!
4 comments:
DEUS
Depois de ler este post até me arrepiei.
Em relação ao teu pai admito que não seja fácil, para ele e para vocês. Um cancro é uma doença grave, não é algo para brincadeiras e ele não deve ainda ter encontrado a forma de gerir as emoções que ele provoca.
Quanto a ti, nem sei que dizer, não consigo sequer imaginar o susto e angustia porque passas-te, desejo-te uma recuperação bem rápida.
Um beijo grande para ti e para a Leonor e boa recuperação da operação dela, o Pedrocas fez e não me arrependo.
Realmente... Eu não acredito em bruxas mas que as há...
Tenho pensado muito em ti.
Enviei-te uma mensagem por causa do teu pai há um ano e um mês. Se bem te lembras dizia-te que o meu estava bem. Infelizmente soube no mesmo dia que o cancro tinha voltado. Perdi o meu pai exactamente cinco meses depois.
Não sabia o que te tinha acontecido mas pensei em ti tantas vezes por causa daquela mensagem...
Temos que combinar um cafezinho.
Beijinho muito grande.
Fico à espera do teu telefonema. Beijinho grande
Realmente Ana, que vida tão atribulada tens tido... Mas vamos acreditar q dp da tempestade vem a bonança e que tudo vai correr bem daqui para a frente. E estão todos vivos, isso é o mais importante!
E já agora, o nº 4 o que quer dizer??? :)
Bjs e espero q já estejam tds bem de saude
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